quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Por isso a gente pena, sofre e chora, coração, e morre todo dia sem saber..."

Li em algum lugar um artigo que dizia que raiva mata. Imaginei se os aborrecimentos e mágoas vão se acumulando dentro de um coração cansado até o dia em que ele se recusa a bater assim, descompassado pelas infelicidades. Lembrei da matéria que li sobre o homem que teve um infarto quando soube que era traído pela mulher, morreu de raiva, literalmente, coitado! Se essa teoria é verdadeira, quantas raivas ele deve ter tido ao longo de toda vida? Ou será que nem teve tantas, mas a derradeira foi forte o suficiente para ser mortal?
O ser humano é altamente influenciável pela sua própria mente. Aliás, as aspirações, os sonhos, os desejos, os fracassos, as atitudes que tomamos, a vida em si está pautada por tudo o que temos em nossa mente. A forma com que o cérebro humano processa e entende uma informação é que irá definir como o corpo reagirá àquela realidade. E isso irá depender dos valores e da personalidade de cada um. Por isso, quando nos magoamos dizemos que o coração dói, mas o que dói mesmo é a ideia presente em nossa mente processando o que aconteceu, que reflete na aceleração do fluxo sanguíneo e alteração dos batimentos cardíacos. Da mesma forma, quando estamos apaixonados dizemos sentir borboletas no estômago, quando temos saudade sentimos o coração apertar, quando ficamos extasiados perdemos o fôlego... é só a forma como o nosso corpo expressa o que está se passando na nossa mente. Nenhuma reação é igual a outra, porque nenhum ser humano é igual. Não se pode prever como o fulano reagirá diante de tal acontecimento. Cada um teve uma vivência e até mesmo os que receberam a mesma formação serão desiguais. Cada personalidade é única, cada mente é única.


Vai ver, as raivas que matam são aquelas causadas pelas pessoas que realmente importam em nossas vidas, aquelas de quem não suportamos a ideia de nos ferir. Talvez essas pessoas, e apenas essas, sejam capazes de nos magoar de tal forma que faça nosso coração parar. E se for assim, há que se aprender que nós mesmos devemos vir em primeiro lugar, maior do que o sentimento que se nutre pelo outro, seja quem for, deve ser o sentimento dedicado a nós mesmos. Se for para morrer, que seja no sentido figurado, como diz a canção:"...por isso a gente pena, sofre e chora, coração, e morre todo dia sem saber"... "morrer" para renascer depois.


Que menorizem-se as mágoas e valorizem-se os momentos que nos tire o fôlego por surpresa ou euforia, que acelerem nosso coração por felicidade ou prazer. Nem que seja por questão de sobrevivência. Nenhuma infelicidade deve ser elevada a uma importância tal que faça nosso coração parar de bater, afinal, sempre haverá uma nova possibilidade de recomeçar, inclusive para aqueles que julgam terem perdido as esperanças em algum lugar do caminho.

2 comentários:

VÂNIA NOVAIS disse...

SIMPLESMENTE, AMEI ESSA POSTAGEM! VERDADE, VERDADEIRA!!! MAS QUE RAIVA MATA, MATA!

Pr. Adriano Trajano disse...

Morgana, parabéns pelo Blog! O espaço poético está perfeito, muito bom. Olha só, sugiro-lhe a visita do seguinte Blog: http://jeysonrodrigues.blogspot.com/
Trata-se também de um espaço poético, acho que você vai curtir.
Abraço.