domingo, 29 de abril de 2012

Como os dias de domingo...

Como gosto desse silêncio típico dos dias de domingo!...

Sem barulho de motores de carros passando, sem buzinas, sem maquinário de obras, dá até para ouvir o vento passar... as manhãs de domingo têm qualquer coisa de poesia, qualquer coisa de infância perdida, qualquer coisa boa de dia que passa devagarinho, sem pressa, esmiuçando cada minuto com todos os seus sessenta segundinhos bem aproveitados. As manhãs de domingo têm o poder mágico de parar o tic-tac do relógio cuco que enfeita a parede da sala, suas precisas badaladas tão pontuais nos corridos dias da semana não ousam levantar a voz para o sossego sagrado que tem os dias de domingo.

Dias de domingo são equivalentes à tomada de fôlego do nadador, ao primeiro passo de quem aprende a andar, à serenidade de quem senta no banco da praça e deixa o tempo passar. 

Dias de domingo têm um quê de sublimidade pairando no ar.

Dia de domingo é barulho de onda do mar quebrando na praia, é brisa leve soprando no ouvido, é gargalhada gostosa de criança, é o assobiar do bem-te-vi pousado na janela, é colo de mãe, é beijo apaixonado, é abraço de amigo querido onde cabe todo o amor, toda a dor, toda a alma. Dia de domingo é a mão de Deus pousada no ombro, é carinho nos cabelos de quem se quer bem, é balanço de rede no jardim, é melodia de música preferida, é pôr-do-sol na lagoa, é comida de vó que de tanto amor no preparo não há sabor que se iguale.

Dia de domingo é universo paralelo da vida que se tem, é ser o que se sonha e ir além.