quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tic-Tac

O tempo, cruel senhor das horas,
não pára e não regressa.
Gira como um carrossel
a nos embalar em seu ritmo leve e sem pressa.
Disse o poeta que 'o tempo só anda de ida',
e cá ficamos nós, eterna mudança e partida.
No tic-tac do relógio passam minutos e segundos,
mudando a cada instante o nosso olhar do mundo.
Passam as pessoas, passa a vida,
passam momentos andando só de ida.
Quem olha muito para os lados
corre o risco de se perder no tempo.
Bem faz quem se preocupa em olhar adiante,
pois momentos passados só interessaram enquanto se vivia o instante.
Só se volta no tempo revivendo memórias
que teimam em guardar fracassos e glórias.
Que seria do ser humano sem a efemeridade do tempo?
Perdido ficaria cheio de descontentamento.
Estacionar o relógio em nada interessa.
De que vale a estagnação para quem tem pressa?
Feliz de quem sabe aproveitar o tempo
sem jamais tentar adiantar-lhe
ou atrasar-lhe os ponteiros.
O tempo caminha na medida justa e certa,
o ritmo das pessoas é que por vezes não se acerta.