quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Esperança

"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho,
para que não esqueçam
                                                                                                     - O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
                                                                                                                        (Mário Quintana)
 Esperança é acreditar sempre em um novo caminho, mais belo, mais florido, mais fácil de percorrer... é crer que existe sempre uma grata surpresa depois da curva... é ter a certeza de que a beleza está tanto na estrada quanto no ponto de chegada.
Esperança é renovação... é o que nos permite zerar os contadores ao final de cada ano, como quem encerra uma longa jornada, e no amanhecer do primeiro raio de sol de janeiro começar tudo de novo, com o espírito renovado e o coração aberto, sem bagagens, deixando magicamente o ano anterior realmente no passado (que é mesmo onde devem estar todas as coisas que deixam de ser 'presente').
Esperança é o que nos dá fôlego para continuar e força para não desistir, abrindo os braços e sorrindo para o tão esperado futuro que nos sopra o rosto como uma leve brisa de verão.
Esperança é a mola que nos impulsiona para o desconhecido, para o AMANHÃ.

Querida Esperança, tão bela e tão presente em minha vida,
nunca me abandone!


Que no ano de 2012 todas as esperanças se renovem e se fortaleçam, porque a primeira conquista é feita no coração, o resto é pura materialização daquilo que já acreditávamos ter desde o primeiro instante em que ousamos sonhar.

¬¬¬

sábado, 17 de dezembro de 2011

Dezembro!

Dezembro chegou!
E com ele, suas luzes, enfeites, magia e reencontros.
Dezembro é o mês mais corrido do ano e, ao mesmo tempo, o mês onde tudo parece parar. É quando todos os acontecimentos são relembrados, revistos, contabilizados, pensados e repensados. Escolhas são analisadas, promessas são feitas, encontros se fazem e refazem. O ar fica com qualquer coisa de magia, ciclos se encerram, famílias se unem e amigos se reencontram, sorrisos se distribuem... e que bom que essa gentileza com o outro tão constante em dezembro, que esse olhar por aqueles que mais precisam durasse o ano inteiro! Que bom se o clima de dezembro servisse de inspiração para a vida inteira, para a solidariedade constante, para o cultivo das amizades, para a união das famílias. Dezembro é nascimento, é promessa de recomeço, dezembro é VIDA! Dezembro é ansiedade e nostalgia. É espera pela chegada de um ano novinho em folha, é esperança pela possibilidade de começar de novo, é saudade do que se viveu no ano que passou, é alegria pelas conquistas alcançadas e aprendizado em cada erro cometido. Que o seu dezembro seja sempre renovação, seja o futuro ali na beiradinha do palco da vida, atrás da cortina olhando para a platéia, esperando que as luzes se acendam para que o espetáculo se inicie.


sábado, 5 de novembro de 2011

E se...?

Nesta última semana tive a oportunidade de assistir ao filme "O Palhaço", a mais recente estreia do cinema brasileiro. O filme é dirigido e protagonizado por Selton Mello e conta com o peso do talento de Paulo José em seu elenco. A história se passa no interior de Minas Gerais e conta a rotina de um circo modesto que viaja por pequenas cidades. Selton Mello vive Pangaré, palhaço que faz dupla com seu pai e dono do circo, Puro Sangue, interpretado por Paulo José. Pangaré é um palhaço que faz toda a platéia rir com suas divertidas piadas, mas fora do picadeiro é uma pessoa profundamente triste. Totalmente desmotivado com a vida e com sua profissão, de certa forma herança de seu pai dada pela vida, Pangaré parece não se encaixar no universo circense em que vive, fazendo do seu ofício uma penosa obrigação. Algo parece lhe faltar levando-o a se sentir sufocado, algo que nem mesmo ele consegue definir ou identificar. Cansado de uma vida que julga não ter sentido, Pangaré resolve abandonar a família e o ofício que a vida lhe reservou e parte pelo mundo em busca de um futuro diferente onde possa, quem sabe, encontrar a felicidade.  

Bom, o filme me fez pensar em quantas vezes nos questionamos se estamos felizes no caminho que seguimos ou que nos levaram a seguir. Quem nunca olhou para o passado se perguntando onde estaria agora se tivesse escolhido um caminho diferente, se tivesse dito sim ao invés de não, ou não ao invés de sim, se tivesse escolhido uma profissão diferente, se tivesse ido morar numa cidade diferente, se tivesse decidido dividir a vida com uma pessoa diferente, se... se... se... Quantos "se's" vamos colecionando ao longo da vida?

Em sua jornada longe do circo (que não dura muito), Pangaré termina por descobrir que o circo é o que lhe faz feliz, que a profissão de palhaço o completa, e volta para o lado de seu pai nos espetáculos. Mas apesar de voltar para a mesma vida que tinha antes, Pangaré é uma pessoa totalmente diferente, pois tem a certeza que ali é exatamente o lugar onde ele quer estar e essa certeza o torna, enfim, feliz!

Assim é a nossa vida. Muitas vezes achamos que não temos o suficiente, nos lamentamos pelas escolhas feitas acreditando que algo extraordinário nos aguardava e deixamos passar. No mais das vezes, não percebemos a riqueza que há ao nosso redor, pois nossas escolhas foram o que o nosso coração pediu naquele momento e nos levaram para onde deveríamos ir, nos fazendo ser quem somos hoje, e isso não há como mudar. Todo questionamento sobre o que quer que seja é válido e toda tentativa de buscar alcançar algo que supomos ser o melhor para nós é louvável, afinal, é a busca pela felicidade que faz o mundo girar. Nunca é tarde para recomeçar, para trilhar um caminho diferente. Nunca é tarde para lutar pelo que nos complete, pelo que nos satisfaça, pelo que nos faça felizes. Do mesmo modo que nunca é tarde para descobrir "um tesouro embaixo do próprio assoalho". Se pudessemos olhar a nossa própria vida do lado de fora certamente nos espantaríamos ao perceber que já temos tudo o que precisamos, que não há nenhum outro lugar no mundo onde gostaríamos de estar nesse momento e perceberíamos que de tanto pensar em "SE's" acabamos por deixar de conjugar os melhores verbos...

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só"

Há alguns dias uma frase me vem martelando a cabeça: 

"(...)que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só".

Esta que encerra um belíssimo texto do autor Oswaldo Begiato, intitulado "Oração a mim mesmo". Quantas vezes queremos fugir de tudo, sumir, estar completamente sós num lugar onde ninguém possa nos alcançar, quietos, encolhidos talvez? Ir para onde só haja o silêncio. Nada mais. Um lugar onde não hajam cobranças, hora marcada, problemas a resolver, decisões a tomar, compromissos a cumprir, responsabilidades das quais não se possa fugir. Um lugar onde possamos olhar para nós mesmos e nos enxergar. 

Acredito, de verdade, que todo momento de solidão é válido. Válido para ficarmos a sós com nossos botões e conseguirmos enxergar tudo o que vai dentro da cabeça e do coração, nossas angústias, anseios, dúvidas, certezas, medos. Porque acredito que só nós mesmos temos as respostas certas para as nossas próprias perguntas, e não se pode escutar bem no barulho. Há dias em que o burburinho do mundo parece nos sufocar e só um "universo particular" pode nos salvar, ajudar a botar a cabeça no lugar e tomar fôlego para seguir.

Porém, nenhum deserto interior, por mais enriquecedor que torne o aprendizado da vida, deve ser eterno. Como tudo no mundo deve ter a sua medida de equilíbrio, a solidão também deve ser tomada na dose certa para que não nos torne para sempre caminhantes solitários, tais como conchas fechadas que apenas se abrem superficialmente. Há que se ter cuidado, pois a solidão pode embrutecer o coração e fazer com que este desaprenda como é saudável e engrandecedor o ato de "compartilhar". Compartilhar palavras, ideias, olhares, experiências, compartilhar tempo.

E nada melhor para isso do que saber que alguém estará a nossa espera quando o nosso deserto terminar. Nada melhor do que ter para onde voltar. Voltar para um lugar, para alguém, para um abraço, para um sorriso. Saber que tem alguém no meio do caminho com a mão estendida sempre a nos esperar... acho que é exatamente isso o que a tal frase quer dizer, que jamais fiquemos sozinhos, mesmo quando nos queiramos sozinhos. Que sempre haja alguém a nos esperar, a nos acompanhar, ainda que distante, respeitando a nossa necessidade de isolamento. Para que, no exato momento em que precisarmos, possamos olhar para o lado e ver que não estamos sós, nunca estivemos!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para você.

No dia em que você chegou
com aquele sorriso
aquele abraço
aquele beijo 
aquele cheiro
aquela hora se tornou perfeita
Uma vida inteira a esperar
nada mais tive a desejar
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Tudo se preencheu
Tudo se completou
Passei a viver assim
com aquele sorriso nos lábios
como quem olha o mar
e sente tudo se completar na imensidão
Sentindo os pés saindo do chão
no doce embalo da canção
¨
Para você guardei os meus melhores momentos
e o maior dos meus sentimentos
Aquele que só descobri quando estava nos seus braços
e a minha vida que a cada instante se faz de nós.
¬ ¬ ¬

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Desabafo.

Com frequência tenho sentido uma profunda dor no peito, uma grande indignação cada vez que presencio mãos postas nas janelas dos carros pedindo ajuda, mendigando um trocado, um pedaço de pão, pedindo socorro. Me pergunto se os governantes do nosso belo (e paradisíaco?) Município, do nosso sofrido Estado, do nosso tão rico País, não olham através das janelas de seus carros, se não vêem o desespero e a desesperança nos olhos de quem vive a vagar pelas ruas, sem rumo, sem ter um lugar para ficar, sem ter para onde voltar. Crianças de olhar perdido, desnutridas, barrigudas, já com tantas cicatrizes no corpo e na alma, entorpecidas por uma droga qualquer que lhes faça esquecer da fome, do abandono. Como não se solidarizar com a dor alheia? Como imaginar que voltaremos para uma casa de mesa farta e geladeira cheia, que teremos uma cama quente no final do dia e não pensar naqueles que ficaram do lado de fora privados de qualquer coisa que acalente, sem sentir um nó na garganta e o estômago revirado? Que culpa têm de terem nascido sem teto, sem espectativa? Mais uma vez me questiono se os senhores vereadores, deputados, chefes do Executivo, ao ter conhecimento e quem sabe até participação em desvios de verbas públicas, superfaturamento de obras, fraude à licitações, benesses e tantos outros favorecimentos gerados pelos cargos que ocupam não se sentem, nem que seja lá no fundo, mas lá no fundo mesmo de suas consciências, por uma fração de segundo, culpados por suas ações criminosas, por suas omissões escandalosas. De que matéria é feita esses homens que só pensam em ter mais, em ganhar mais, e só se esforçam para descobrir uma nova e impune forma de saquear os cofres públicos? E não importa o tamanho do prejuízo que geram, roubar pouco não significa que não é roubo, tirar o que é do outro é grave de qualquer maneira. Político que desvia verba da infra-estrutura não é menos ladrão que o assaltante de banco, político que desvia verba da saúde não é menos assassino que aquele que comete homicídio, político que desvia verba da educação não é menos culpado que aquele que abandona um incapaz, político que se utiliza do dinheiro público para se favorecer não é menos bandido que o estelionatário. Político corrupto é criminoso da mesma forma que todos aqueles os que cometem outros tipos de crime são, com o especial agravante de que sua conduta atinge centenas, milhares de pessoas! Porque cada vez que esses gestores da coisa pública atuam ou se omitem nesse sentido, é como se tirassem a comida do prato de uma família, como se negassem a chance de cura e o fim da dor daqueles que padecem de uma enfermidade sustentando-se (só Deus sabe com que forças) numa fila de um posto de saúde, no chão gelado de um corredor de hospital. É como tirar um lápis e uma cartilha das mãos de uma criança que jamais aprenderá o básico da educação que é ler e escrever. E talvez esse seja o pior do males, a ignorância. A ignorância também é uma forma de miséria, a raiz de todas as outras! O ignorante é feito de carência, conformismo e medo. Aos politiqueiros interessa manter as classes desfavorecidas desprovidas de educação e conhecimento, assim vão garantido o domínio de suas ideias. Privam o povo de saber de seus direitos e fazem com que este nem imagine que aqueles "doutores" de quem recebem um favor, um calçado ou um trocado no dia da eleição têm por DEVER (sim, DEVER!) atuar em favor do povo, e apenas do povo, garantindo-lhe o mínimo de dignidade! E dignidade é um prato (cheio) na mesa, é ter um médico que ouça e trate de suas dores, é ter um teto que abrigue quando a chuva chegar, é rua saneada e limpa, é segurança no caminho de casa, é criança na escola com carteira para sentar, livro para ler e professor para ensinar, é trabalho que garanta o pão de cada dia. Dignidade é esperança! Sofro pelos meus irmãos desesperançados, sofridos e enganados por quem lhes devia dar segurança e esperança... e rezo, rezo com todas as forças para que um dia eu possa olhar pela janela do meu carro e ver um mundo melhor.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Importar(-se).

Enganam-se redondamente aqueles que pensam que o verbo amar cabe em si próprio e se traduz em si mesmo, que o amor se basta ou se define sozinho. O verbo amar só consegue traduzir-se completamente no verbo importar(-se). Porque aquele que ama simplesmente se importa. Se importa se o outro está bem, se interessa pelas coisas que fez ou deixou de fazer, tudo o que é relacionado com o ser amado é importante, é interessante, é relevante. Se não há presença constante, chamadas telefônicas incessantes, se não há mensagens ou sinais de fumaça que indiquem esse interesse, certamente o amor não está ali. Quem ama, sempre encontra um jeito de se fazer presente, ainda que num deserto ou em mar aberto, aquele que ama encontrará um pombo-correio desavisado que seja, saído dos contos de fadas talvez e enviará o seu recado. O amor gera uma busca natural pelo outro, uma necessidade de compartilhar universos, espaços e verbos.
Ao contrário do que se pensa, o oposto do amor não é ódio, o oposto do amor é a indiferença. Porque até no ódio há sentimento, há paixão, há revirar de estômago, há interferência no universo do outro. Na indiferença não há nada, nem sequer a longíngua lembrança de que o outro existe, apenas o vazio que nem se percebe. A indiferença é a ausência total de sentimentos, bons ou maus. E é exatamente esse vazio que mais costuma doer, o não saber. Perceber que o outro simplesmente 'não se importa' e nem sequer lembra mais de ti. Sabe-se que o outro deixou de amar quando a voz se cala, quando as discussões cessam e deixam apenas o silêncio em seu lugar, quando as tentativas de entendimento tornam-se cansativas, quando a companhia se torna tediosa, quando a presença se torna ausente. Nesse momento, resta deixar o barco partir, curar a alma e aguardar que outro possa aportar.

sábado, 10 de setembro de 2011

A culpa que nos condena é a mesma que nos redime!

Uma ação impensada, uma omissão velada, uma palavra dita, um pensamento torto e pronto... a culpa pode encontrar a porta aberta e sentar-se no sofá. Martirizados por esse suplício, muitos se vêem atormentados por fantasmas imaginários. Muito mais do que a dor física, o tormento moral causa infinitamente mais aflição. Porque para este, os anestésicos não costumam surtir qualquer efeito. Quantos enlouquecem atordoados por pensamentos sobre coisas malfeitas que jamais poderão ser refeitas! Ah, a culpa, a culpa! Esse bichinho inquieto que rói e destrói. Destrói a alma e esfrangalha os nervos.
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O sentimento de culpa, quando sincero, costuma gerar tanto desconforto que padecimento nenhum no mundo poderia ser comparado. Nenhum castigo é tão doído e tão eficaz para o aprendizado humano quanto a culpa "martelando" os pensamentos, a vontade de voltar o tempo e fazer diferente.
E de tanto sofrer, de tanto remoer, de tanto padecer, somos abençoados pelo tempo e acabamos perdoados. Perdoados no fundo da alma, no fundo do coração. Entendemos que o feito está feito e ponto final. Tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Não há ato malfeito que não sirva para algo, nem que seja para nos ensinar a nunca mais repetí-lo. E assim, prometendo jamais praticar tal ação, tal pensamento, tal omissão, todas as juras são feitas (e cumpridas) para que essa dor não volte e esse padecimento não se repita jamais.
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Ao mesmo tempo, a culpa que nos condena é a mesma que nos redime.
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tic-Tac

O tempo, cruel senhor das horas,
não pára e não regressa.
Gira como um carrossel
a nos embalar em seu ritmo leve e sem pressa.
Disse o poeta que 'o tempo só anda de ida',
e cá ficamos nós, eterna mudança e partida.
No tic-tac do relógio passam minutos e segundos,
mudando a cada instante o nosso olhar do mundo.
Passam as pessoas, passa a vida,
passam momentos andando só de ida.
Quem olha muito para os lados
corre o risco de se perder no tempo.
Bem faz quem se preocupa em olhar adiante,
pois momentos passados só interessaram enquanto se vivia o instante.
Só se volta no tempo revivendo memórias
que teimam em guardar fracassos e glórias.
Que seria do ser humano sem a efemeridade do tempo?
Perdido ficaria cheio de descontentamento.
Estacionar o relógio em nada interessa.
De que vale a estagnação para quem tem pressa?
Feliz de quem sabe aproveitar o tempo
sem jamais tentar adiantar-lhe
ou atrasar-lhe os ponteiros.
O tempo caminha na medida justa e certa,
o ritmo das pessoas é que por vezes não se acerta.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amor que não se mede!

É simplesmente impossível lembrar da casa dos meu avós sem que um sorriso logo apareça no rosto. Lá vivi uma infância mágica cheia de histórias felizes. Havia um quintal que se transformava em selva e uma rede que virava circo quando colocada de ponta-cabeça, havia um jardim encantado e um guarda-roupa com passagem secreta para o mundo da imaginação, onde só existia riso e diversão.
Quanta saudade!!!
Na casa dos meus avós não existia nenhuma criança triste, as tardes eram cheias de brincadeiras e os sorrisos cheios de risos ecoavam por todos os lugares. No armário da sala moravam pintinhos caramelados e broas com açucar que, de tão gostosos, pareciam inventados num sonho. Pela manhã sempre havia um copo de vitamina chamada 'chocomix', não sei o que minha avó colocava, mas era a coisa mais gostosa que já tomei até hoje. Os almoços de domingo eram os melhores, toda a família se reunia e a única ordem para a criançada era brincar até cansar. Havia macaquinhos de feijão com rabo de macarrão e a vasilha com o que sobrou da massa de bolo crua era a mais disputada. Nunca faltou um colo acolhedor para quem se machucava ou só queria descansar... tantas coisas boas que não deveriam passar nunca, deviam durar para sempre! Não deveríamos crescer porque isso implica termos que nos despedir... e eles nos fazem tanta falta!
Mas as lembranças, essas sim, podemos guardar para sempre na memória e no coração, tendo certeza que assim os manteremos vivos para sempre em nossas vidas. Seus exemplos contribuíram e contribuem para nossa formação e seus abraços inesquecíveis jamais ficarão para trás. Sei que onde vocês estiverem vocês podem me ver, e apesar de eu não poder mais ter aquele abraço e aquele colo tão bom, o amor que vocês me deram permanece em meu coração!
Feliz dia dos avós! ♥

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O bom da vida é viver!

Nossas escolhas têm o condão de mudar tudo!
Um 'sim' ou um 'não' têm um poder que não se pode medir, a depender de qual deles se escolha nada mais será como era antes. Apesar de a vida, por si só, ser constante mudança, nossos caminhos são delimitados (ou expandidos) pelas escolhas que fazemos a cada instante. E nem é preciso estar diante de um grande dilema, muitas vezes é exatamente numa situação que não parecia ter tanta importância num primeiro olhar, que aquele sim ou aquele não, vira tudo de cabeça para baixo (ou ao contrário, coloca tudo no seu devido lugar).
Deve-se arriscar, assumir os riscos! Mil vezes o arrependimento pelo feito que pelo não-feito, mil vezes a culpa por não ter dado certo que a incerteza nunca esclarecida do 'como teria sido'.
A vida é efêmera! Junto com ela, tudo passa. Passam as tristezas, passam as alegrias, passam as dúvidas, mudam as certezas, passa a fase ruim, passa o verão, passa a tempestade... só precisamos decidir se seremos expectadores ou atores nessa constante mudança. Devemos ser os senhores da nossa história. Claro que em muitos momentos o melhor é deixar a vida levar, mas na maior parte das vezes ficar em cima do muro não resolve nada. É essencial tomar as rédeas do próprio destino, fazer as próprias escolhas, assumindo os erros e celebrando os acertos.
No final das contas, "o que se leva desta vida é a vida que se leva".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

"Precisa-se de corações abertos! Tratar aqui."

Em tempos de total indiferença, em que muitos mal sabem os nomes do próprios vizinhos, vamos abrir os nossos corações, doar nossos braços, abraços, nossos ouvidos e nossa atenção.
Vamos nos dispor a ouvir o que o outro tem a dizer, seus sonhos, seus anseios, seus traumas e desilusões.
Vamos sorrir para os estranhos, não custa nada espalhar um pouco de alegria por aí, o retorno é instantâneo e muitas vezes um simples sorriso é tudo o que o outro precisa para ter o seu dia melhorado.
Vamos dar bom dia, boa tarde, boa noite. Vamos olhar nos olhos e perguntar de peito aberto 'Como vai você?'. Felizes eram os tempos em que uns se preocupavam com os outros, ao invés de egoísticamente achar que seus problemas já são suficientes.
Vamos nos preocupar sim com os problemas alheios, sem que isso se torne motivo para fofocas e intromissões indesejadas, mas tratando o próximo verdadeiramente como "irmãos" que somos.
O segredo da paz interior começa na entrega, na doação de sentimentos.
Ao perceber que alguém precisa de você ou que algo de bom pode ser feito por alguém, não pergunte o que está ao seu alcance... simplesmente ouça o seu coração e FAÇA, anonimamente que seja.
O primeiro a se beneficiar vai ser VOCÊ!
Se o mundo lá fora não está dando tão certo, por que não começar a fazer o universo que te rodeia mais simples, mais colorido, mais humano? Seu coração está aberto? Doe no lugar mais próximo de você.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Reafirmação

Cada dia mais me convenço de que um coração sozinho é praticamente inerte nesse mundo, enquanto dois corações juntos conseguem ter a força de mil batalhões. É essencial a partilha, a divisão de sentimentos que funciona como agente multiplicador. Seja o amor de um irmão, de um amante (e inclua-se aqui todos aqueles a quem dedicamos amor - namorados, maridos ou seja lá qual for a classificação), de um pai, de uma mãe, de um filho ou de um amigo, não importa! E não falo de estar juntos para não estar sozinho, falo de estar juntos para o que der e vier, juntos na concepção mais ampla de entrega. Entrega de corpo e alma, aquela que não abre espaço para interrogações. Aquela entrega em que, por pior que seja a tormenta, você olha para dentro (sim, para dentro!) percebendo que não está sozinho e, de alguma forma, isso te dá coragem para não desistir ainda que diante de um exército de proporções romanas.



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"FUNDAMENTAL é mesmo o AMOR, é IMPOSSÍVEL ser FELIZ sozinho!" (Tom Jobim)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Da espera.

Ah! A espera não tem nada de bela!
Traz consigo uma fera que não se deixa acalmar.
Te jogar pela janela, espera? Quem dera!
Quem dera não ter que esperar.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Por isso a gente pena, sofre e chora, coração, e morre todo dia sem saber..."

Li em algum lugar um artigo que dizia que raiva mata. Imaginei se os aborrecimentos e mágoas vão se acumulando dentro de um coração cansado até o dia em que ele se recusa a bater assim, descompassado pelas infelicidades. Lembrei da matéria que li sobre o homem que teve um infarto quando soube que era traído pela mulher, morreu de raiva, literalmente, coitado! Se essa teoria é verdadeira, quantas raivas ele deve ter tido ao longo de toda vida? Ou será que nem teve tantas, mas a derradeira foi forte o suficiente para ser mortal?
O ser humano é altamente influenciável pela sua própria mente. Aliás, as aspirações, os sonhos, os desejos, os fracassos, as atitudes que tomamos, a vida em si está pautada por tudo o que temos em nossa mente. A forma com que o cérebro humano processa e entende uma informação é que irá definir como o corpo reagirá àquela realidade. E isso irá depender dos valores e da personalidade de cada um. Por isso, quando nos magoamos dizemos que o coração dói, mas o que dói mesmo é a ideia presente em nossa mente processando o que aconteceu, que reflete na aceleração do fluxo sanguíneo e alteração dos batimentos cardíacos. Da mesma forma, quando estamos apaixonados dizemos sentir borboletas no estômago, quando temos saudade sentimos o coração apertar, quando ficamos extasiados perdemos o fôlego... é só a forma como o nosso corpo expressa o que está se passando na nossa mente. Nenhuma reação é igual a outra, porque nenhum ser humano é igual. Não se pode prever como o fulano reagirá diante de tal acontecimento. Cada um teve uma vivência e até mesmo os que receberam a mesma formação serão desiguais. Cada personalidade é única, cada mente é única.


Vai ver, as raivas que matam são aquelas causadas pelas pessoas que realmente importam em nossas vidas, aquelas de quem não suportamos a ideia de nos ferir. Talvez essas pessoas, e apenas essas, sejam capazes de nos magoar de tal forma que faça nosso coração parar. E se for assim, há que se aprender que nós mesmos devemos vir em primeiro lugar, maior do que o sentimento que se nutre pelo outro, seja quem for, deve ser o sentimento dedicado a nós mesmos. Se for para morrer, que seja no sentido figurado, como diz a canção:"...por isso a gente pena, sofre e chora, coração, e morre todo dia sem saber"... "morrer" para renascer depois.


Que menorizem-se as mágoas e valorizem-se os momentos que nos tire o fôlego por surpresa ou euforia, que acelerem nosso coração por felicidade ou prazer. Nem que seja por questão de sobrevivência. Nenhuma infelicidade deve ser elevada a uma importância tal que faça nosso coração parar de bater, afinal, sempre haverá uma nova possibilidade de recomeçar, inclusive para aqueles que julgam terem perdido as esperanças em algum lugar do caminho.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Amigo Imaginário

No decorrer de toda a infância, as crianças costumam ter vários amigos imaginários. Amigos que se fazem presentes colorindo o lúdico mundo infantil. E aquele que se atrever a dizer a uma criança que eles não existem corre o sério risco de ouvir um "Você não está vendo o meu amigo?" atrás de uma pequena sobrancelha franzida e incrédula. São esses amigos inventados que sempre chegam para tomar chá no imaginário castelo da princesa, para jogar bola na imaginária final do campeonato ou simplemente para acompanhar a brincadeira feita no quintal de casa. E como são saudáveis e educativos esses tais amigos imaginários!
Bem, pois eu digo que também tenho uma amiga imaginária.
É essa amiga que sempre aparece naquelas horas em que me olho no espelho e me pergunto "E agora?", nas horas em que preciso tomar uma decisão difícil, nas horas em que preciso de um elogio, nas horas em que preciso respirar fundo e contar até dez, e em todas as vezes que me pego falando sozinha (sim, eu falo sozinha!) percebo que ela está lá, ouvindo e (pasmen!) respondendo às minhas indagações. Minha amiga imaginária sempre me fala o que devo, ou preciso, ouvir quando olho para dentro de mim mesma e me pergunto o que fazer.
Essa amiga é i-gual-zi-nha a mim, tal qual uma irmã gêmea. Tem o mesmo cabelo, o mesmo sorriso, o mesmo olhar, os mesmos gestos. Acompanhou cada passo da minha vida, cada incerteza, cada conquista, cada espera, cada perda, cada lágrima e cada sorriso. Essa amiga é a minha essência, a minha consciência inconsciente. Aquela que conhece todos os meus valores, meus princípios, meus sonhos e aspirações, aquela que conhece todos os meus limites, reunindo todas as minhas experiências, todas as pessoas que passaram pela minha vida e deixaram algo a aprender, todas as pessoas que passaram pela minha vida e levaram algo de mim, todas as pessoas que me magoaram e todas as pessoas que, de alguma forma, me fizeram feliz, todos aqueles a quem tenho como referência e porto seguro, todos os meus amores e dissabores, todos os meus amigos reais e queridos.
Minha amiga imaginária reúne tudo o que já fui, sou, desejo ser e serei!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ponto -de-Interrogação

Até que ponto os planos são sinônimo de futuro concreto?
Até onde vai a certeza de que nossas escolhas vão nos levar a tudo o que almejamos?
Pura ilusão!
Planejamos cada passo com a utópica ideia de que isso nos dará alguma segurança, mas numa fração de segundos a vida pode chegar e te virar ao avesso, te deixando com mil perguntas onde havia mil certezas...
.
...sonhos deveriam vir com certificado de garantia!

sábado, 2 de julho de 2011

Essa tal felicidade...

Já ouvi muitas vezes pessoas dizerem que não existe felicidade plena, que é impossível alguém ser feliz 100% do tempo.
Acho que é verdade! Da mesma forma em que acredito que a felicidade não vem embalada para presente numa bela manhã ensolarada... pode até vir, mas, se analisarmos bem, quando a felicidade é alcançada significa que muitos caminhos foram percorridos para que ela chegasse, plena!
A palavra já diz tudo: "ALCANÇADA"! Alcançar significa conseguir, obter, atingir, ir até, chegar a. Para se alcançar algo é necessário ir a algum lugar.
Todo momento feliz é precedido de uma espera, de uma dúvida, de uma batalha, de um esforço, de um sacrifício... momentos aflitos se transformam em felicidade quando o desespero passa, momentos tristes se transformam em felicidade quando a ferida é curada, momentos de ansiedade se transformam em felicidade quando a resposta chega! TODA FELICIDADE percorre um caminho para chegar até o coração. É como se precisassemos estar preparados para desfrutar daquele momento como ele merece ser desfrutado, para valorizar inteiramente o bem tão precioso que recebemos. A felicidade pode estar num gesto, num sorriso, numa presença, no segundo mais simples e despretencioso do dia em que sentimos o coração em paz, em que temos a sensação de dever cumprido.
Então, se você encontrar essa "tal felicidade" por aí pelo caminho, agarre-a, desfrute-a em sua inteireza, com certeza não foi por acaso que ela cruzou sua estrada, esteja certo de que você mereceu encontrá-la... e não estranhe se ela vier assim, dividida em pequenos instantes, em pequenos atos, em singelos momentos. Quando você junta os pedaços da vida é que percebe o quanto é feliz!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

É preciso saber rebolar!

Quem é que, nos dias de hoje, consegue sobreviver sem saber rebolar?
E não, não estou falando da mais nova coreografia lançada pela banda de axé do momento... estou falando de sobreviver à dura rotina de cada dia.
De acordo com o dicionário, rebolar significa "remexer com exagero, bambolear".
E quantas vezes não nos pegamos "bamboleando" para dar conta dos tantos afazeres do nosso dia-a-dia?! É o trabalho que exige demais. O filho para alimentar, educar, levar e buscar na escola. O estudo que ficou em segundo plano. A leitura atrasada daquele livro que você comprou e não leu nem o primeiro capítulo. As contas a pagar. Uma casa a administrar. Os amigos para quem nem sempre temos tempo. Os problemas de família que existem, principalmente, nas melhores. Ufa... haja rebolado!
As mulheres então, essas sim têm que dominar todas as artes de rebolado, bamboleio e gingado. Ganharam direitos iguais sem deixar de ter nenhum de seus infindos deveres. Tripla jornada é coisa que só quem rebola muito bem consegue levar com um sorriso no rosto. Os homens também não ficam atrás, justiça seja feita àqueles que descem do pedestal do machismo e ajudam a lavar a louça no final do dia.
Esse é o ritmo, essa é a realidade. Apesar disso tudo, há que se agradecer se você tem um casa para cuidar, um filho para amar, um marido para compartilhar, uma família em quem se apoiar, um trabalho para te sustentar e amigos que sempre irão entender sua falta de tempo. Afinal, quem tiver um tempinho sobrando aí, me empresta, por favor?
E se, no final das contas, aquela promoção não vier, a reforma da casa tiver que ficar para depois, o almoço em família for adiado e o tal livro continuar na estante, não significa que não deu certo. As coisas dão certo enquanto você faz o que pode, rebolando como sabe. É aceitar cada dia como uma dádiva e vivê-lo por completo minuto a minuto, cada coisa na sua hora! Se olhar no espelho e, antes de qualquer coisa, se amar! Amar, inclusive, o pouco tempo se tem. Vida preenchida é vida feliz, completa, onde não sobram espaços!
É preciso saber rebolar!